Subiu para 26 o número de presos na operação da Polícia Federal de combate ao esquema de desvio de verbas públicas em prefeituras de municípios baianos. De acordo com a PF, a última pessoa presa foi um servidor público que se apresentou na noite de quarta-feira (14), na Superintendência Regional de Polícia Federal na Bahia, em Salvador. Três mandados de prisão temporária ainda faltam ser cumpridos.
Operação PF;bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)
'Operação 13 de Maio' foi deflagrada na terça-feira
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
"Operação 13 de Maio" foi deflagrada na terça-feira (13) em 26 municípios baianos, além de Aracaju (SE) e Brasília (DF). Segundo a polícia, o montante de dinheiro desviado chega a R$ 70 milhões.
Entre os presos, estão José Idelfonso Borges dos Santos, prefeito da cidade de Fátima, e Cleigivaldo Santa Rosa, de Sítio do Quinto, ambos do PDT.
Os prefeitos ficarão presos por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. A Polícia Federal afirma que os eles devem ser ouvidos entre esta quinta-feira (15) e sexta-feira (16).
Do total dos mandados de prisão emitidos na operação, dois são para prefeitos, quatro ex-prefeitos, quatro vereadores, seis secretários ou ex-secretários, além de diversos servidores públicos. Pelo menos 90 laudos periciais foram emitidos.
Esquema investigado

De acordo com o delegado José Nogueira, responsável pelo caso, os envolvidos nas fraudes desviavam verba federal do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) ou verbas estaduais e municipais. As fraudes eram cometidas por meio da contratação de empresas de fachada para eventos; contratação de empresas para obras públicas, a exemplo da construção de escolas; além de haver desvio de dinheiro do Ministério da Saúde para compra de remédios, e verba muncipal desviada também do transporte escolar.

"Essas empresas eram contratadas para diversos tipos de serviços. E logo em seguida, o dinheiro caía na conta dessas empresas, que repassavam esse dinheiro para prefeitos, secretários, ex-secretários e vereadores. Esses gestores criam uma aparência de estar tudo funcionando, mas as coisas não eram feitas de acordo com o valor licitado. Ou as obras não funcionavam ou funcionavam de forma precária", diz o delegado José Nogueira Eupídio.
Segundo José Nogueira, o dinheiro público desviado era usado para aquisição de imóveis e carros. "Muito dos bens, do patrimônio, não estão no nome dessas pessoas. Geralmente, estão no nome de alguns parentes. Esses parentes compravam fazendas, gado, imóveis, carros", relata.
A Polícia Federal relata que a investigação do esquema de desvio de verba pública começou em 2008, mas há indícios de que as irregularidades estejam sendo cometidas desde o ano de 2001.
Nogueira estima que somente no município de Fátima tenham sido desviados cerca de R$ 20 milhões. "Ficamos impressionados em relação ao número de empresas de fachada em Fátima. O que sabemos é que aquela organização que atuava em Fátima teve o poder de atuar em outros municípios e se interagir com essas organizações", explica.
Os envolvidos vão responder por mau uso de dinheiro público, lavagem de dinheiro e contra lei de licitação.

Fonte: G1