A construção de matadouros frigoríficos nos municípios de Araci, Barra, Iguaí, Itaberaba, Itanhém, Medeiros Neto, Paramirim, Santa Rita de Cássia e Valente, se tornou uma realidade na tarde de ontem, com a assinatura de contrato entre o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, a construtora que realizará a obra e os respectivos prefeitos dascidades contempladas.  As unidades terão capacidade para abater 30 animais/dia e vão atender a demandas de municípios que englobam a região onde serão instalados os empreendimentos. As nove novas unidades somam-se à de Morro do Chapéu, Valença, Remanso e Bom Jesus da Lapa, que terão capacidade de abater 100 animais/dia, cujas empresas ganhadoras de licitação já assinaram contrato.
O prefeito de Barra, Artur Filho, destacou as dificuldades enfrentadas pelo município diante da ausência do matadouro frigorífico. “O mais próximo fica localizado a 350 quilômetros dacidade e o deslocamento dos animais para abate gera um custo muito alto para os produtores, principalmente para os pequenos, que são a maioria. Este será um ganho para os consumidores, produtores e para toda a economia do estado”, comemorou.
Para o prefeito de Itanhém, Milton Ferreira, a iniciativa trará rentabilidade para toda a região. “Era o que faltava para alavancarmos a atividade, abater o gado da região, melhorar a qualidade dos produtos, propiciando mais saúde pública e com isso, aquecendo a economia local”, disse.
O secretário Eduardo Salles pontuou que a assinatura dos contratos é a realização de um sonho construído em conjunto. “Agradeço o apoio e empenho do governador Jaques Wagner, do secretário estadual do Planejamento, Sérgio Gabrielle, que mesmo diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas pelo governo e a contrapartida do Estado sendo maior, colocaram essa obra estruturante como prioridade.
Destaco a atuação da secretária Executiva do Ministério do Planejamento, Eva Chiavon, e dos senadores Lídice da Mata e Walter Pinheiro, na captação de recursos provenientes dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, e a toda equipe da Secretaria da Agricultura, da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, envolvidas nesse processo, com destaque para o chefe de gabinete Jairo Carneiro e do diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, que foram fundamentais para a realização deste sonho”, ressaltou, agradecendo ainda à Caixa EconômicaFederal e à Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab).
A Bahia possui hoje 34 frigoríficos e mais 20 estão em processo de construção, alguns ainda estão sendo licitados pelo Estado e outros são da iniciativa privada. Para a construção dos 13 matadouros frigoríficos, serão investidos cerca de R$ 26 milhões, e mais R$ 17 milhões para compra de equipamentos.
Os recursos são do governo do Estado e do governo federal, através dos ministérios da Agricultura (Mapa), e Desenvolvimento Agrário (MDA).  O superintendente da Caixa Econômica Federal, Luiz Antônio de Souza, destacou que a instituição financeira tem a responsabilidade de acompanhar toda execução do cronograma e efetuar as liberações financeiras, conforme a própria evolução da obra. “Temos o papel de agente financeiro, repassador dos recursos e buscar efetividade maior dos investimentos que o governo coloca à disposição da sociedade”, ressaltou.
Sérgio Zau, proprietário da construtora vencedora da licitação, diz que a previsão para o final da obra está estimada para até o final de 2014. “É uma satisfação ajudar na realização do sonho de milhares de produtores baianos”, destacou.
Obra durou três anos para ser concluída
De acordo com o secretário Eduardo Salles, a luta pela realização desta obra durou três anos, mas valeu à pena. “Esse era o desejo dos municípios contemplados. Achávamos que era impossível efetivar essa iniciativa, por conta da burocracia, mas com a garra de todos estamos muito felizes com essas assinaturas”, informou, agradecendo também o apoio dos deputados estaduais Euclides Fernandes, Rosemberg Pinto, Cacá Leão, Mario Negromonte Júnior, Ronaldo Carletto e Maria Del Carmen.
Salles lembra que, “quando todos diziam que não era possível construir um matadouro com menos de R$ 10 milhões, nós provamos que podemos construir com aproximadamente R$ 3 milhões, e a planta que desenvolvemos tornou-se referência nacional, aprovada pelo Ministério da Agricultura”, explicou, acrescentando que, na condição de presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), disponibilizou a planta desenvolvida na Bahia para os demais estados do Brasil, inclusive para empresários da iniciativa privada.
A construção dos novos matadouros frigoríficos é parte do Projeto de Descentralização do Abate no Estado da Bahia, programa criado pela Seagri/Adab com o objetivo de combater o abate clandestino, atender a demanda de municípios que não dispõem de frigoríficos, e oferecer à população carne saudável e de qualidade.
”Estamos criando condições para que o pequeno produtor tenha como e onde abater seus animais, com segurança sanitária, e ao mesmo tempo garantindo a saúde da população e o combate ao abate clandestino”, ressaltou o diretor da Adab, Paulo Emílio Torres, lembrando que, além de garantir o aumento do abate inspecionado, o projeto fomenta a geração de novos postos de emprego e renda.
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