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Os procuradores promovidos fazem a defesa do governo federal em ações judiciais e extra-judiciais e são responsáveis pela cobrança de recursos que autarquias e fundações têm a receber.
O número de procuradores promovidos neste ano deu um salto na comparação com anos anteriores.
A Advocacia-Geral da União fez as promoções na última sexta-feira. Dos 607 promovidos, 606 foram para o topo da carreira.
As promoções estavam previstas em lei por dois critérios — antiguidade e merecimento. De acordo com a AGU, o dinheiro para as promoções está no orçamento, mas não informou qual é o custo.
Na Procuradoria-Geral Federal, o salário inicial é de R$ 21.014 e o salário final, R$ 27.303. É para essa categoria final que todos esses procuradores federais estão migrando com as promoções. Na Procuradoria Geral Federal, 92% dos atuais procuradores (3.489 do total de 3.738) estão no topo da carreira.
A Procuradoria-Geral Federal disse em nota que "todos os atos relacionados a seus servidores são praticados em estrita observância às disposições legais e regulamentares" e que nos seis primeiros meses do ano de 2020, somente por meio de cobranças judiciais e acordos, recuperou mais de R$ 2 bilhões.
As promoções ocorrem antes da discussão da reforma administrativa enviada pelo governo ao Congresso.
Em um dos trechos, a reforma veda "a concessão a qualquer servidor ou empregado da administração pública direta ou de autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista de progressão ou promoção baseada exclusivamente em tempo de serviço". Mas as novas regras, se aprovada a reforma administrativa, só valerão para novos servidores.
O presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais, Marcelino Rodrigues Mendes Filho, afirmou que as promoções são legais.
"Há previsão orçamentária nesse sentido, assim como para várias outras carreiras públicas, já que a questão da promoção ela está inserida no âmbito dos direitos dos servidores públicos
A economista Ana Carla Abrão lembra que promoções como essas, que colocam os servidores no topo da carreira de forma progressiva e rápida, aumentam o custo do funcionalismo que é pago com dinheiro do contribuinte e só estão ocorrendo porque a lei que congela os salários dos servidores até o ano que vem deixou um espaço para promoções.
"Essas promoções de hoje ocorreram – e outras ocorrerão – em função de um veto que o presidente Bolsonaro fez à lei complementar 173 que congela os salários. Ela deveria também congelar promoções e progressões automáticas. E, em função do veto, ela permite. E assim como vimos essa da AGU. Veremos outras daqui para frente, ao longo de 2020, ao longo de 2021", afirmou.
Segundo a economista, "essa é de longe uma das maiores disfuncionalidades e distorções do nosso modelo de recursos humanos da máquina pública".
"Ou seja, as pessoas progridem e são promovidas nas suas carreiras, todas elas chegam no topo e aí nós temos uma situação em que temos muitos chefes, poucos chefiados e o atendimento à população lá na ponta está sempre desassistido", declarou.
Fonte: Informações do site o Globo
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